quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um dos papéis da novela (001)

Escuto geralmente do grupo de pessoas que me relaciono a definição de novela e toda a nocividade da mesma para se alcançar o progresso econômico e social tão esperado e demagogicamente propagado. Essa definição notória inclusive aos telespectadores mais assíduos me deixa com algumas interrogações. Se a novela é instrumento de manobra política para manutenção de exclusão social em que vivemos como fica quando atores, atrizes marginalizados socialmente atuam numa novela das oito na rede globo?

Não estou afirmando que a novela é instrumento de inclusão social ou representação da maioria do cotidiano dos brasileiros com todos os seus mauricinhos e patricinhas com carros e roupas e oportunidade de estudos nos melhores colégios, e sim que, apesar de todas as contradições, a novela desperta relação de identidade nos brasileiros e brasileiras e sinceramente esse ponto positivo (o maior) ofusca todos os negativos e por esse motivo não vejo a novela como vilã de política de inclusão no âmbito federal.

Confesso não assistir novela(todos os dias) por uma questão de tempo, por preferir internet e música e livros e por meu gênio demasiadamente cético, entretanto percebo a novela como instrumento digno de inclusão e representatividade do que realmente somos. Basta sabermos se a sociedade brasileira quer mesmo ser mostrada como é.

Perguntas e respostas devem ser feitas. Queremos ser mostrados como somos? Se a novela é tão nociva como atores e atrizes consagrados e respeitadissimos como por exemplo Fernanda Montenegro e José Wilker se predispõem a trabalharem nesse ramo? Acredito que devemos questionar o papel da novela em nossa sociedade, mas essas perguntas devem ser respondidas (se é que se tem resposta coerente a elas) e questionadas também.

 Quando verdades absolutas são semeadas como o caso do papel da novela na sociedade, sem debate sempre me causa dúvidas sobre o real interesse de quem a rotula assim. Digo verdade absoluta justamente por não oferecer abertura a discussão e vale a pena rever(reanalisar) conceitos.

Por: Goianu Gomes

Ps.: "Só quem sonha acordado vê o Sol nascer" \o/ Biquini Cavadão

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ausência de valores?

Conversando com uma querida amiga, (manterei o nome em sigilo) a respeito de todas essas mudanças históricas(mesmo das que não temos informações por inexistência ou por omissão) em somos submetidos e privilegiados ao meu ver de presenciar. Tive a sensação de ter perspectiva contorcida, talvez, de maioria das pessoas. A nossa grande questão discutida foi sobre valores ou a ausência deles nas nossas relações sociais, individual ou no nosso horizonte anil.

Eu sou da perspectiva de que valores não se categorizam como ruim ou bons e sim como adequados ou inadequados para o bom procedimento social. Não falarei a perspectiva dela, pois a única pessoa com autoridade de expressar com delicadeza, segurança e dúvidas é minha amiga.  As relações sociais na pós-modernidade requer resignificação, reanálise desse novo cenário em que estamos alojados e que a sociedade passada projectou. A categorização dos valores sem discussão vertical a respeito do assunto da-me o ar de autoritarismo e menosprezo pelo o valor dito "inferior".

A sociedade brasileira é carregada de valores moldadores de bem-estar e de exclusão social, isso é evidente, o que não vejo como legitimo e até injusto é pensarmos que os valores geradores de exclusão ao invés de serem discutidos para se propor alternativas  projectadas para a comunhão social são simplismente rebaixado ao escalão de inexistente, imoral, digno de menosprezo. A comunhão social ou acesso a alimentação, saúde e educação a todos os brasileiros deve ser projecto social/politico/económico  incorporado de conflitos de todos os tipos para se estabelecer como prática identitária social.

Vivo, apesar dos pesares, no momento histórico mais carregado de valores inclusivos, abertos de forma moderada ao diálogo e as diversidades existentes no caos terreno e das ideias. Apesar dos pesares, pois mesmo acreditando que vivo num momento histórico aberto de forma moderada tendos restrições diversas de direitos humanos, entretanto não ser caçado, censurado, torturado, morto por ideais diferente do estabelecido pelos valores que ditam as normas, condições para a harmonia das relações humanas é o que me faz acreditar que vivo num momento histórico de especificidade amistosa, nunca antes vivido em nossa sociedade. Não estou afirmando que não existe conflitos diversos no Brasil ou que a desigualdade social foi superada ou que não somos manipulados, moldados, corrompidos, longe disso, e sim que, o fato de o conflito (todos possíveis) ser legalizado sem gerar caça aos praticantes de capoeira por exemplo, nos flexibiliza a buscar alternativas para o tão sonhado"bem-estar social".

Não quer dizer que estamos propensos inevitavelmente a exclusão da desigualdade social a curto prazo ou a longo prazo e sim que a propensão a buscar políticas públicas projectada a erradicação da desigualdade social é palpável mesmo com todas suas dificuldades. O que muitos chamam de ausência de valores na nossa sociedade atual para mim soa com mais uma forma de descaracterizar, ridicularizar, menosprezar, desconfigurar esses valores praticados e regentes de identificação a nossa sociedade contemporânea. Valores, atualmente existem se concordas ou não com as praticas e queres discuti-las, refleti-las, analisa-la, resignifica-las, bem-vinda(o)...

Por: Goianu Gomes

Ps.: "Quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém". Vinícius de Moraes(GRANDE POETA) 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Um por todos ou todos por US$ ?

     
Bom pessoal meu nome é Alexsandro Gomes da Silva mais conhecido como Carcamano (isso é uma longa história, mais se os personagens permitirem um dia eu conto), bem tenho quase 25 anos, e essa é minha primeira participação aqui no blog, não sou jornalista, escritor, ou algo do gênero, sou professor de informática para concurso, e aqui estou me aventurando, espero que gostem das minhas postagens postando comentários...

Não faz muito tempo a revista Forbes publicou o ranking anual das dez marcas mais valiosa do mundo, mais as cinco primeiras são muito interessantes.
O primeiro colocado é a Apple com US$ 57,4 bilhões fundada por Steve Jobs, gênio da informática,e revolucionou o mercado ao apresentar o primeiro software com interface gráfica, o Mac OS, roubando a idéia da Xerox, mais como o feitiço volta contra o feiticeiro mas o destino pregou-lhe uma peça ao contratar o ilustríssimo senhor William Gates (para quem não sabe Bill é apelido para todos que se chamam William, assim como Zé está para José) que aprendeu tudo o que podia com Steve Jobs, tanto é que no dia que Jobs lançou o Macintosh soube que a Microsoft estava vendendo uma versão pirata do MacOS no Japão com nome de Windows. E foi a partir daí que a 2ª colocada Microsoft com US$ 56,6 bilhões tornou-se uma das grandes empresas do nosso planetinha, mais nosso querido Gates é tão astuto que ao ver que estava perdendo a briga da propaganda na internet ele criou a Microsoft Advertising, que entre outras atividades foi pioneira na criação de publicidade para a internet. Um dos clientes mais importantes da Microsoft Advertising é a 3ª colocada a Coca-Cola com US$ 55,4 bilhões foi de mãos dadas com a Microsoft que eles entraram na internet para fazer publicidade, grande pioneira em publicidade a Coca-Cola criou vários conceitos, sabe quando você entrar num bar e há um cartaz na parede com uma propaganda de cerveja ou refrigerante? Ou um freezer com o logotipo, ou uma mesa? Pois é, essas iniciativas foram tomadas primeiramente pela Coca-Cola. Em 2001 a empresa resolveu criar um grande arquivo que reunisse todas as propagandas da marcas, imagens, vídeos e anúncios para rádio. A tarefa foi delegada à 4ª colocada IBM com US$ 43 bilhões a qual criou um programa para armazenar e buscar essas peças publicitárias. Sendo assim, qualquer publicitário que esteja criando algo para a Coca-Cola pode consultar os arquivos.     
E sem querer fazer propaganda enganosa, quem mais entende de arquivos certamente é a International Business Machines. Eles sempre lidaram com computadores e acredite, a empresa foi fundada em 1885. É claro que a idéia de computador naquela época era outra: os primeiros trabalhos da IBM basearam-se fundamentalmente em arquivar dados. Um dos seus fundadores foi o americano Herman Hollerith, responsável por criar um sistema de armazenamento e consulta de dados que funcionava por meio de cartões perfurados. Os furos nos cartões eram feitos em sistema binário. Isso te lembra alguma coisa?
Sim, a mesma base que criou as memórias dos computadores. Nem é preciso dizer que a IBM ajudou a criar o que entendemos hoje como informática. Dos cartões perfurados de 1885 até hoje, a empresa investiu no desenvolvimento de softwares e manteve-se firme como uma das maiores do mercado em seu seguimento. Uma das novidades da IBM é um novo sistema que armazena dados sobre a saúde de uma pessoa. Nesse sistema, o paciente insere diariamente informações sobre sua saúde. Esses dados podem ser acessados então por médicos que podem acompanhar em tempo real o estado de seus clientes. O mesmo pode ser feito por um filho que deseja saber da saúde do pai que mora longe, entre outros exemplos práticos.
Esse trabalho foi feito em parceria com o 5º colocado Google com US$ 39,7 bilhões que não precisa nem de comentários. Fonte: Sedentários
Coisas da Vida!!!

A que conclusão chegou?
Um por todos ou todos por US$? Explique?

Por: Carcamano

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Querido Papai Noel,

Adivinha quer é! Não vou dizer aqui o que todos rebeldes sem causa dizem a respeito das comemorações de fim de ano, mas eu acho um porre, só que sem álcool embelezando tudo. A vida não é corrida e sufocante o suficiente para todos quererem fazer a chamada "confraternização" que geralmente quase ninguém se sente a vontade? O conturbador mesmo é que querem fazer milagre, digo milagre, pois em duas semanas tudo se transforma em festa, sorriso, consumo e o bizarro é que a normalidade do ser humano que é sentir-se sozinho com uma multidão de "brodi" estabelece como vento...

A predisposição de eu querer ir nesse tipo de encontro com pessoas que nunca converso, nem casualmente, é quase nula, no âmbito de vestuário a coisa piora, a minha noção do que é confortável e belo se enquadra perfeitamente aos espantalhos, segundo as más línguas!

Adoro a predisposição  excelente que as crianças transmitem a todos(a) nessa época do ano, mesmo sendo enganadas em alguns aspectos ou estejam me enganando nas minhas conclusões preconcebidas por experiencia propria... vai saber quem se engana e quem é enganado nessa historia, né papai...?

Espero que já tenha chegado a icognita do século e saiba quem lhe escreve essa humilde carta sem pedidos audaciosos mesmo se tratando do senhor que tem uma fábrica de brinquedos no pólo industrial de manaus, vulgarmente chamado de zona franca de manaus. Pensar num mundo melhor com pessoas tolerantes e altruista sem mencionar o senhor, Papai Noel, inspirador de energias positivas com seus diversos apetrechos dentros de um saco vermelho, e condição física digna de um astro do rock é o mínimo que posso fazer para querer o mundo harmonico e sustentavel (desculpa o palavrão é que esta na moda por aqui).

No mais, gostaria de registrar aqui que fui um bom menino (aproveita que não vou dá mais dicas sobre minha identidade) e se possivel... obrigado por tudo! e não vou escrever, novamente o que desejo, pois é o mesmo que ganhei no ano passado. Como de praxe, manterei contato até a fantástica noite de natal...


Observação: "Simpatia é quase amor" \o/


Por: Goianu Gomes

sábado, 11 de dezembro de 2010

Minorias 002

           Pra você que acha normal seu filho desrespeitar o professor, mesmo que ele detenha o saber que seu filhote sem limites vai precisar pra vida, acha aceitável o selvagem não ter um pingo de educação e constranger o mestre, sim, você está criando um imbecil, pior ainda se for um imbecil que ignora o dever de casa, aí será um imbecil que precisará ser bonito pra ser modelo ou casar com alguém rico para mantê-lo já que ele não terá base emocional nem competência para construir uma carreira, caso contrário você vai sustentá-lo para sempre.
           Pra você que acha normal que ele trate garotas como objeto, e que não tenha um pingo de educação ao ver uma passeando pela rua, ou pra você que faz sua filha se sentir inferior por ser mulher e às vezes nem percebe.
           Pra você que acha bonito seu filho ser racista mesmo que seu sangue venha da senzala ou de um nobre nojento que oprimia pessoas, que acha super engraçada a piada do judeu no bar, do negro no bar, da gostosa burra ou da inteligente feia.
           Pra você que quer iniciar sexualmente seu filhão a qualquer custo e se mete na intimidade dele de forma autoritária e machista.
           Pra você que (espero) ficou chocado com a notícia de garotos que mataram um rapaz inocente em São Paulo, de um grupo de adolescentes que incendiaram um indígena em uma parada de ônibus, ou dos que bateram em uma trabalhadora que aguardava o ônibus, ou dos latinos que têm a cara de pau de se dizerem nazistas, ou da duplinha que estuprou uma adolescente, tenho uma notícia pra dar: o próximo pai decepcionado pode ser você, principalmente se acha normal algum dos comportamentos citados nos parágrafos anteriores.
           Você torna possível a continuidade de minorias na próxima geração.
"Mas como? Que absurdo!"  Sim, ninguém nasce minoria, as pessoas percebem-se minoria quando não têm a mesma oportunidade que os outros tiveram e não conseguem apoio para melhorar, ser minoria é ser negro em um país que só perde em número de negros para a Nigéria, não é preciso estar em menor número para ser minoria, é ser ridicularizado por defender minorias quando você não se encaixa nelas, é ser chamado de fresco por que optou por não comer carne, é aguentar piadinhas de pessoas que se dizem seus amigos e levar na boa, afinal não é brigando que se resolve. Vejamos alguns antecedentes para esse comportamento que ignora a necessidade de políticas para minorias:
 _Somos todos iguais: não, se fossem todos iguais não construiríamos tanta variedade de identidades ou essa riqueza seria respeitada sem a necessidade de registro (em alguns casos) para que não se perca em meio a tanta "modernidade", não estou pregando discriminação estou defendendo políticas especiais para idosos, crianças, negros, indígenas, mulheres, -tais políticas possuem falhas mas são ótima idéia-
_Cotas são desnecessárias: esse discurso é típico de elites e está sendo defendido inclusive pelas classes mais pobres,  se querem lutar por alguma coisa, por que não lutam afim de que abram vagas para todos? é a desculpa da "evasão intelectual" ou por que "quem quiser passar passa" (?) é um discurso de gente sem noção da realidade, há exceções, pessoas extremamente desfavorecidas que conseguiram, mas, elas são maioria?
_As próprias minorias se discriminam: não, elas precisam se auto-afirmar, apenas isso, a projeção é importante já que todo mundo as ignora, acha que são minorias por que querem continuar sendo minorias.
             Junte os 3 jargões acima, misture bem no dia a dia para que pareçam normais, continue ignorando a covardia histórica e voilá, temos mais uma geração bitolada, e pior que a anterior.
            De pensamentos assim surge a criança que pede no sinal, a mulher que finge orgasmo, o homem que grita ou bate em sua parceira, o tráfico de pessoas e outras práticas extremas, elas culminam de um processo gradativo.
Ok, ainda não está claro?
  *Seus empregados são naturalmente loiros ou são mulatos, negros, orientais?¹
  *a porcentagem de etnias na sua turma de faculdade é igualitária?
  *A quantidade de garotas que você conhece e  usam chapinha é baixa ou tão alta que é difícil identificá-las?
  *Seus primos são obrigados a colaborar com tarefas domésticas tanto quanto suas primas?
Se ao menos 80% das respostas anteriores forem não, posso respirar aliviada.

PS: "Se nós temos os MEIOS  e a capacidade, vamos conseguir tudo por nosso próprio mérito." Luíz Melodia
¹não se trata de uma pergunta racista, estou usando-a para afirmar que eles infelizmente são minoria nas classes mais altas brasileiras, antes de me crucificar aprenda a ser menos hipócrita.

Por: Sophie Backlund

Minorias (001)

A consciência da complexidade deste post proposto a ser discutido é evidente, entretanto causa expectativa efusivas a quem escreve e a quem ler devido ao constante contato... Minorias sociais são grupos da sociedade excluídos historicamente pelo processo civilizatório. "Diante da “padronização” cultural, existem no mundo vários grupos com práticas culturais, religiosas peculiares, são grupos diferentes denominados de minorias, correspondem a grupos ou nações que lutam por seus ideais, o primeiro luta pelo respeito e cidadania, o segundo aspiram por sua independência territorial, cultural, religiosa e política, para defender os interesses de suas peculiaridades."¹ O interesse principal deste post, não único, é buscar entender e propor alternativas de como as minorias sociais devem comportar-se no século XXI.

Como as minorias devem se comportar nesse contexto histórico social que não somente a realidade concreta mais também virtual? As lutas e disputas sociais na contemporaneidade merece dos grupos sociais minoritário posicionamento adequado ao contexto histórico/social/político/economico em que se encontra inserido. A realidade virtual da qual me comunico com todos nesse canal, veio para ficar e constitui proporções amplamente influenciáveis em nossas vidas, contudo as dificuldades  e positividades desses grupos minoritários nesse contexto são proporcionalmente elevadas.

A trivialidade deve ser combatida no intuito auto-afirmativo positivamente desses grupos sem deixar interpretações que gere menosprezo  e  outras alternativas devem ser buscadas sem a necessidade, mormente de excluir antigas praticas úteis e cativeis nessa nova realidade. A forma como dever ser encaminhado esse processo de enquadramento iterativo desses grupos na realidade virtual, EU NUNCA TEREI A RESPOSTA, entretanto a predisposição desses grupos a se adequar é o caminho e incontestavelmente pode ser constatada em nossas rotinas virtuais mesmo que seja de forma morosa.

Problemas enfrentados pelos grupos minoritários sempre foram diversos e árduo em todas os períodos históricos se analisarmos, mas o diferencial da nossa época além de varias outras características é a disponibilidade de acesso a informação e seu antagonismo emergente a pós-modernidade.

Por: Goianu Gomes

"viver é melhor que sonhar" \o/ (Belchior, como os nossos pais).


¹Disponível em:  http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia/minorias.htm acesso: 11.12.2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Jargões antigos e atuais (1)

         Em minha concepção um homem presta se decidir prestar assim como é digno de confiança sim, se decidir assumir esse papel, acredito que ele pode controlar a própria biologia e que se é um ser que se excita visualmente pode e deve desviar o olhar daquela colega de trabalho "gostosa" e que tem a obrigação de respeitar todas as mulheres que passam na rua vistam burca ou biquíni, afinal estão no direito de vestirem o que bem entenderem, e se um homem não consegue respeitar uma mulher deixando-a passar sem constrangimentos isso é um PROBLEMA dele, sim, um problema e grave, quantas vezes eu gostaria de ir de vestido para a faculdade mas lembro que preciso voltar em um ônibus lotado cheio de caras nojentos que não respeitam meu direito à exercer o direito a usar a peça que considero bonita? Quantas vezes tenho que ser estúpida, "grossa" ou "bruta" por que os amigos jogam piadinhas sobre ex namorados ou a quantidade de garotos que determinada garota beijou, "quem são vocês pra dizerem alguma coisa?"
         O jargão antigo que quero analisar aqui é "Homem não presta",  o que dizer de uma garoto que mutila emocionalmente?  GAROTO por que HOMEM não faz isso, quem sabe de que está magoando uma mulher e vai em frente tem plena consciência- mesmo que uma consciência com outros nomes-de que pode fazer aquilo e sairá impune, a mulher vai no máximo dizer "homem não presta mesmo", isso é antigo, sua bizavó dizia, sua mãe  diz e você se sujeita, por que alguém tem o direito de mentir pra você, e te deixar cicatrizes? Isso é normal? É um comportamento normal vários homens ao longo da vida te fazerem de idiota? Mas, por que é normal? é "normal" por que os homens à moda antiga* podiam fazer isso, seja comprando o corpo de mulheres que eram exploradas, violentando suas escravas, mulheres que consideravam belas ou violando mulheres em guerras, se achavam no direito de possuí-las por que eram despojos, os homens que posavam de bons maridos e agrediam suas esposas pelas costas e até fisicamente, é desse tipo de homem que estou falando, e o seu ex namorado idiota é um amalgama desses, ele aprendeu que podia fazer isso e que é bonito o garotão do papai deve pegar mulheres gostosas ao invés de optar pela mulher que ele ama.
         Isso "é coisa de mulherzinha", fidelidade é "coisa de mulherzinha e novela" "os castores conseguem ser fiéis, os homens não" ou um sofisma extremamente comum "não é culpa nossa, é culpa da biologia", e nós mulheres, não gostamos de sexo? Com quem vocês heterossexuais nos traem então? Com uma boneca inflável ou com mulheres que desejam fazer sexo? Algo está distorcido aí. Se uma mulher ama sexo mas consegue se controlar mesmo que tenha que ser mal educada para afastar um cara, por que os homens não podem passar vontade? Por que só as mulheres precisam fechar as pernas? Por que as mulheres não produzem espermatozóides têm menos desejo sexual, é isso? Ou será que seus parceiros é que não sabem como excitá-las e colocam toda a culpa na tal da fisiologia? Algo precisa ser revisto aí.
   O homem que opta por não prestar está ciente que esse comportamento dá a ele alguma boa fama, e essa "boa fama" tem custado a saúde emocional de milhares de mulheres mundo afora, o mundo adentro eu nem ouso, é complexo demais. Traição pra mim é como estupro no sentido de ser um "crime de poder", eu tenho outras alternativas mas decido fazer dessa forma por que posso, não estou pegando pesado nessa metáfora, absolutamente só estou cansada de ver minhas amigas e conhecidas serem "emocionalmente violentadas" e acharem isso normal, entrarem em um relacionamento quase prevendo como será o final. Não querida, você não precisa aceitar isso e ajude a quebrar isso antes que a sua filha tenha que passar por todas as agressões que estão praticando com você nessa geração, as mesmas que fizeram com a sua avó só que em trajes mais curtos.
   Homem presta se decidir prestar, o resto é convenção social do garotão do papai.
Por Sophie Backlund
*O post "homens à moda antiga"  foi o anterior.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Homens à moda antiga (?)

 Estava conversando com um amigo essa semana sobre frases do tipo: "Queremos homens à moda antiga"
 Algo está errado aí:
       Doce tempo aquele em que as mulheres lavavam, passavam, cozinhavam e aguentavam as traições caladas por que "homem é assim mesmo", eram chamadas de vagabundas por terem amigos do sexo oposto e podiam sequer usar um short...aaaah doce época em que as mulheres eram proibidas até mesmo de sentir prazer durante o sexo e ficavam "duras como concreto", preliminares? Convencimento? não, a obrigação de mulher era ceder, como devia ser bom parir uma criança por ano por que foi "colocada na terra com esse propósito"e morrer no parto por que era "manha" então ela aguentaria mais um pouco e mais...ser disciplinada pelo marido à tapas e pontapés e até varas devia ser ótimo não...? Sim, vocês devem achar isso quando adicionam comunidades do tipo "homens à moda antiga", "queremos homens como antigamente".
          Prefiro que um pai me mime, me incentive nos estudos, que me queira ver bem sucedida no mercado de trabalho, com saúde emocional e correndo atrás dos meus objetivos do que um pai que me trate como uma mocinha burra e casadoira. Prefiro o cara que me respeite como pessoa e não ache que sou obrigada a ceder sempre e serví-lo só por ser mulher, prefiro ficar indignada com cafagestes e saber QUE NÃO FUNCIONA ASSIM, que não preciso ser traída e maltratada afinal sou um ser humano e quero respeito! Prefiro o homem que saiba quando quero simplesmente dormir abraçada ou partir para a pegação, prefiro sentir e deixar sentir o abraço de amor, desejo ou fraternidade de modo natural pela rua, ou que me acaricie até que eu esteja pronta por que somos biologicamente diferentes SIM e meu tratamento deve ser flexível,  a mulher de hoje em dia pede por preliminares, filhos? só quando tem condições financeiras para ajudar a mante-los , afinal  o planejamento familiar ou a opção pela solterice ou família estão ao alcance, e mais, decidir junto com seus médicos como deve ser seu parto é direito, não deixe que o pessoal "à moda antiga" roube isso,  e bons acordos me são muito mais agradáveis que imposições dos "homens à moda antiga".
         Não é um post radical  é a pura realidade, o resto é ficção ou excessão, falo aqui da mentalidade de uma época que eu, como mulher, graças à Deus não vivi, e prefiro a ciência, as carícias, os debates e o orgasmo deste século, se você não...me desculpe mesmo, vá procurar seu tirano perfeito ou personagens da literatura e cinema, eles realmente são encantadores, mas eu? Prefiro a realidade!
Não é nem feminismo, sou contra feminismo e machismo, só vejo essa briguinha por aqui,  digo que prefiro  a sociedade mista, prefiro andar lado a lado com um homem do que ser controlada por ele.

    Por Sophie Backlund

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Perguntar é pecado?

Escrevi esse poema que apresentarei a seguir de nome "Digo", quando eu tinha 19 anos de idade e hoje numa aula bastante interessante (apesar do meu cansaço querer me vencer naquele momento) sobre o estudo da emoção e motivação  na psicologia. Lembrei-me sem motivo aparente do que escrevi e de certa forma veio-me a tona o sentimento da época, só que dessa vez, com motivo explícito...

Penso que meu momento de perguntar como poderá ser percebido teve duração além infância. A certeza talvez tenha me ignorado, talvez. Duas pessoas que tenho grande consideração o leram na época. Minha amiga, estudante e a mãe de um amigo, historiadora e ainda morro de vergonha por ter me exposto, apesar de elas terem gostado, essa mais que a outra, mas não pude deixar de perceber em   conversas futuras perguntas desconfiadas referentes ao poema como se eu tivesse a intenção de menosprezar, desinibir paradigma obscuro.  Não interpretarei o  poema, pois não acho correto privá-los desse exercício particular, entretanto estou aberto a discussões sobre o assunto e posso garantir que multiplas interpretações são bem-vindas.

Digo

- Falo ou não digo?
   Digo ou não falo?
- Uma dúvida, mas muitas dívidas?
- Não digo
- Será que é bom amar?
- Não falo
- Será que amas Gandhi?
- Não digo

- Digo ou não falo?
   Falo ou me calo?
- Axiologia é amar?
- Não digo
- Minhas cutículas estão em perigo?
- Não falo
- Minhas verdades tornaram-se acaso?
- Não digo

- Falo ou não digo?
   Digo ou não falo?
  'Penso, logo indigno-me,'
  olho e vejo tráfico...

- Ainda sonhas com Toussaint?
- Não digo
- Cadê o meu passado que não cabe mais em mim?
- Não falo
- O que são "guerrilhas sociais"?
- Não digo
- Tudo depende da liberdade Rauliana?
- Não falo

- Falo ou não digo?
   Digo ou não falo?
- Quem é Jesus?
- Não digo
- Azov é amar?
- Não falo
- E o que é o amor?
- Não digo
- O yoga aspira 'Pagu'?
- Não falo
- Quando o pó assumirá que é tudo?
- Não digo
- E o pó é tudo?
- Não falo
- Tudo é pecado?
- Não digo
- Tens certeza?
- Não seria inútil?
- Talvez...
De: Gairo Paz
Obs.: "Não em excesso"

Por: Goianu

domingo, 28 de novembro de 2010

Privacidade (3)

Sendo a privacidade algo essencial  aos seres humanos e fruto da modernidade tão registrada e comentada nesse espaço, penso ser pertinente levantar algumas perguntas (não que as perguntas sejam tão relevantes assim, mas é o começo do tão bem-vindo caos regente da nossa existência) na tentativa de corroborar para com a nossa discussão e reflexão sobre o assunto.

Quando digo, a privacidade ser fruto da modernidade, refiro-me ao reconhecimento constitucional dos Estados e no nosso caso da república imperial na constituição de 1824, art. 179  inciso V. " Ninguém pode ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não ofenda a Moral Pública." Isso se levarem em conta que religião é algo extremamente íntimo... Esse reconhecimento constitucional que recortei não é o único expresso constitucionalmente, entretanto o que é privacidade para você?

Quando eu era criança, melhor quando eu não respondia judicialmente pelos meus atos, para mim privacidade era eu poder ficar sozinho e ter assuntos referentes a mim não violados por outros. Analisando bem isso atualmente, percebo a constância dessa definição em mim e a minha volta. Mas que assuntos referentes as pessoas podem ser considerados privacidade?

Certa vez na leitura de uma pergunta no formspring: "você é lésbica?". Percebi o quanto o tema privacidade possui múltiplas faces (não que privacidade seja assunto intocável nas conversas, apesar que a pessoa que perguntava não tinha se identificado)  e o quão interessante é para mim, quando leio uma pergunta do exemplo dado, já que a orientação sexual das pessoas parece-me íntimo ou você não acha? No mais, é invasão de privacidade privar-se no século XXI?

P.s.: "Eu não tenho nada pra dizer por isso digo". Rita Lee.

Por: Goianu Gomes

sábado, 27 de novembro de 2010

Privacidade (2)



           Sou estudante de museologia, pertenço à sociedade do espetáculo, com ou sem a aprovação desta que vos escreve, faço parte da ampliação do acesso das massas à informação, e à própria reinvenção frenética de valores, reinterpretação que sái quentinha de nossas mentes a cada NOVA HORA, somos pós modernos e queremos privacidade, mas, o que seria a privacidade em uma sociedade que está em constante  (e intenso) movimento intelectual?  
 Marshall Berman nos lembrou em suas suaves palavras que:
           “A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade, de religião e ideologia: nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade: ela nos despeja a todos num turbilhão de permanente desintegração e mudança, de luta e contradição, de ambigüidade e angústia. Ser moderno é fazer parte de um universo, no qual como disse Marx, "tudo que é sólido se desmancha no ar".
             Somos seres complexos e contraditórios, o “turbilhão de Berman” acaba por descrever um homem sozinho e angustiado, um estadounidense descreve acima o HOMEM AMALGAMA: uma mistura  de vários elementos, fruto de um intercâmbio intenso, paradoxalmente sozinho.
Se no modernismo de Berman Marx diz que tudo se desmancha no ar, no nosso pós modernismo,  Lavoisier se levanta do túmulo e repete-nos sua célebre frase: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” o AMALGAMA do modernismo se torna o ANAGRAMA: um anagrama é resultado de letras embaralhadas e pode se tornar outros tantos, não se trata de confusão,  mas sim de diferentes possibilidades que variam pela ordem.
            Vício pelo próprio registro: registro de si mesmo, medo de ser esquecido, a célebre primeira dama francesa (italiana, mas da França) tem alguma razão “Seria preciso que todos nós pedíssemos junto às autoridades uma lei contra toda a nossa solidão, e que ninguém seja esquecido”  Ora, a pós modernidade não sanou a necessidade de calor humano que Berman expressa, então criamos teias enormes de informação sobre nós mesmos e queremos compartilhá-las, não julgamos muita coisa absurda como inútil, privacidade pós moderna pode ser expressa então pelo desejo de lançar minhas leituras sobre uma persona que  criei, quero que todos a conheçam pelo meu ponto de vista, os pontos que fabrico enquanto virtual.
           Já que segundo madame Sarkozi todos têm “a alma emaranhada” e “uma infância que ronrona no fundo de um bolso esquecido” tentamos a todo custo desfazer esses nós cegos e registramos tudo isso (Twitter, facebook formspring, blogs e afins), trazemos à tona nossa interpretação sobre nossas personas, mas, não queremos que ninguém o faça,  que notem o cabelo natural, que ousem roubar minha fotografia por que a comprei ou acessar os meus fantasmas por que os mascarei, a minha reinvenção de mim não pode ser esquecida, essa pode ser uma possibilidade do tal desejo de privacidade da sociedade do espetáculo.
            Os meus documentos de papel consistem em uma realidade externa, e a realidade que me desperta interesse enquanto pós moderna é a que crio a cada novo segundo, esse é meu anagrama em (re)ordenação permanente, o lado jurídico me apraz enquanto processo, a segurança privada é assegurada quando há moderação, mas a essência pós moderna em si não fere o direito à privacidade, trata-se de uma realidade inventada, ou compartilhamento da vida cotidiana,  documentário eterno enquanto não chegue o ultimo suspiro, a não ser que o indivíduo faça uso inadequado dos instrumentos de comunicação que dispõe. Contra o desejo de auto-análise e registro não há lei... ainda.
           Se “ser ou não ser” era a questão em Hamlet, “Quem podemos ser” é uma boa nova questão.
PS: “eu já não sou o que era, devo ser o que me tornei” Coco Chanel
Por: Sophie

    sábado, 20 de novembro de 2010

    Privacidade

    Sou estudante de arquivologia e parece-me pertinente o tema privacidade pra começar. Fico impressionado com  nossa capacidade de querer ficar se mostrando ao mundo (no meu caso aqui) na sociedade do espetáculo e do nada exigirmos com toda autoridade de todo pós-moderno PRIVACIDADE. Segundo o minidicionário Melhoramentos da língua Portuguesa, privacidade: “sf. Vida privada, vida intima; isolamento, intimidade.” Como se a privacidade fosse algo de interpretação única para todos os seres humanos “civilizados”.

    Eu sempre rio muito quando deparo-me com essas questões contraditórias da  contemporaneidade e da forma normal como encaramos. O problema de acesso a informação que envolve a vida privada não é conversa freqüente de boteco, de churrasco em família, natal, páscoa, mesmo interferindo nossas ações diárias diretamente.

    Conforme a interpretação que faço do artigo 4º da lei nº 8159, de 8 de janeiro de 1991, temos problemas muito sérios a serem discutidos no âmbito da segurança privada e nacional. Como faremos para equilibrar esse antagonismo existente no acesso a informação? Minha interpretação de privacidade é a mesma da sua?
    “Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujos sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.” (CONARQ)
    Você pode está se perguntando o que isso tem haver com a privacidade do início do post, entretanto respondo que basicamente quase tudo. Se não posso consultar qualquer documento, pois existe um requisito valorativo sigiloso caracterizando-o é por conta do direito a segurança a privacidade individual ou coletiva.
    Temos evidente, cada vez mais, pessoas se exibindo em busca da popularidade e da fama que muitas vezes não resulta em nada. O que ainda não tenho formulado conceitualmente de forma clara é que privacidade é essa que tanto queremos na pós-modernidade? Não pretendo exaurir esse tema, pois apesar de ser tolo não quero deixar evidente no meu primeiro post...


    P. s.: "Nada nesse mundo é incolor ou sem luz." Anita Malfatti
    Por: Goianu